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Bandeira vermelha para outubro: como isso pode impactar sua empresa?

Bandeira Tarifária

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou que a bandeira tarifária vermelha será aplicada em outubro. Embora os consumidores de energia saibam que o acionamento de tarifas tem relação com o custo da conta de luz, neste conteúdo você vai entender: 

  • O que o acionamento da bandeira significa para sua empresa? 

A bandeira vermelha indica que as condições para geração de energia estão mais caras, geralmente por conta do uso maior de termelétricas, que são acionadas quando os níveis dos reservatórios das hidrelétricas estão baixos. Na prática, isso adiciona um custo extra à sua conta de energia. Com mudança, conta de luz em outubro terá cobrança adicional de R$ 7,87 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos.  

 Como funciona o sistema tarifário no Brasil? 

No Brasil, o custo da energia elétrica que pagamos nas contas é composto por diferentes elementos, sendo os principais: 

  1. Custo da geração de energia: Quanto custa para produzir a energia (hidrelétricas, termelétricas, energia solar, eólica etc.). 
  2. Distribuição: A energia precisa ser levada das usinas até os consumidores, o que envolve infraestrutura e toda a parte de distribuição. 
  3. Transmissão: É a “estrada” por onde a energia passa até chegar aos grandes centros de consumo. 
  4. Encargos setoriais e tributos: São as taxas e impostos adicionados à conta de luz e que tem relação com a regulação econômica do país. 

Esse custo varia ao longo do tempo, principalmente dependendo das condições de geração de energia. Por isso, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) criou o Sistema de Bandeiras Tarifárias, que ajusta o valor conforme as condições de geração de energia no país. 

O que são as bandeiras tarifárias? 

As bandeiras tarifárias refletem as condições de produção de energia e ajudam a dar previsibilidade ao consumidor sobre o aumento dos custos. Na prática, funcionam como um “sinal” para o consumidor de que o custo da energia subiu ou está mais controlado. Existem três principais bandeiras: 

  1. Bandeira Verde 🟩 : Indica que as condições de geração estão boas, ou seja, a produção de energia está ocorrendo de forma eficiente, com boa disponibilidade de água nos reservatórios das hidrelétricas, por exemplo. Não há cobrança adicional na conta de luz. 
  2. Bandeira Amarela 🟨 : A geração de energia começa a ficar mais cara, geralmente devido a um menor volume de chuvas ou aumento no uso de termelétricas. Neste caso, é cobrado um valor adicional (R$ 18,85 por MWh (megawatt-hora) utilizado (ou R$ 1,88 a cada 100kWh); 
  3. Bandeira Vermelha 🟥 : É dividida em dois níveis: 
  • Vermelha – Patamar 1: Indica um cenário ainda mais caro, com maior dependência de usinas termelétricas (condições desfavoráveis) – R$ 44,63 por MWh utilizado (ou R$ 4,46 a cada 100 kWh); 
  • Vermelha – Patamar 2: Reflete o cenário mais crítico, com custos elevados de geração, geralmente em situações extremas de escassez hídrica. É o nível mais caro de bandeira, com cobrança de uma taxa mais alta por 100 kWh consumidos. bandeira vermelha patamar 2 (condições muito desfavoráveis) – R$ 78,77 por MWh utilizado (ou R$ 7,87 a cada kWh). 

Impacto na sua empresa: um exemplo prático 

Vamos imaginar uma empresa de médio porte que consome cerca de 20.000 kWh por mês. Em condições normais, sem bandeira tarifária, o custo da energia é R$ 0,60 por kWh, totalizando R$ 12.000 no mês. No entanto, com a bandeira vermelha, esse valor pode subir significativamente. 

Supondo um acréscimo de R$ 4,46 por 100 kWh devido à bandeira vermelha (Patamar 1), a conta dessa empresa passaria de R$ 12.000 para cerca de R$ 12.892. Se for o Patamar 2, o acréscimo seria de R$ 7,87 por 100 kWh, elevando a conta para aproximadamente R$ 13.574. 

Esse aumento pode não parecer tão grande à primeira vista, mas ao longo de vários meses, o impacto no orçamento da empresa é significativo, comprometendo margens de lucro ou obrigando cortes em outras áreas. 

  • Comparando os custos: 
  • Sem bandeira: R$ 12.000,00 
  • Bandeira vermelha – Patamar 1: R$ 12.892,00 (+7,4%) 
  • Bandeira vermelha – Patamar 2: R$ 13.574,00 (+13,1%) 

Como minimizar os impactos da bandeira vermelha? 

Depois de entender mais sobre o aumento dos custos com o acionamento da bandeira vermelha, a busca por alternativas de economia é inevitável. Mas, o que pode ser feito para minimizar esses efeitos? 

  1. Monitorar o consumo: Revisar o consumo de energia e identificar áreas onde é possível reduzir o uso, como desligar equipamentos ociosos ou ajustar a iluminação. 
  2. Investir em eficiência energética: Considerar soluções como lâmpadas de LED, sistemas de automação e manutenção preventiva de equipamentos.
  3. Adotar alternativas de economia sem investimento: É possível chegar a uma economia de até 20% sem custos com instalação ou manutenção. Ao adotar modelos de “Energia por assinatura”, a empresa consegue economizar a partir dos benefícios da geração distribuída em modelos de digitais e facilitados.
  4. Considerar o Mercado Livre de Energia: No mercado livre, é possível negociar contratos diretamente com fornecedores e evitar a dependência das tarifas reguladas. Para empresas que cumprem os requisitos e passam a operar no ACL, pode haver uma redução de até 40% dos custos com energia.  

Bandeiras acionadas em 2024 

Até o momento, o Brasil teve algumas variações nas bandeiras tarifárias ao longo do ano. Nos primeiros meses, as bandeiras foram principalmente verdes, graças às boas condições de geração hidrelétrica. Entretanto, com a aproximação do segundo semestre, as condições climáticas começaram a mudar, e foi acionada a bandeira amarela em alguns meses. 

Agora, com o anúncio da bandeira vermelha para outubro, estamos vendo um cenário mais desafiador para a geração de energia, possivelmente devido à seca ou à maior dependência de usinas termelétricas, que têm um custo operacional mais elevado. 

Esta não é a primeira vez que a bandeira vermelha é acionada em 2024, mas é um indicativo de que as condições de geração estão mais pressionadas no momento, especialmente com a aproximação do verão, que costuma ter consumo elevado de energia. 

 

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