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Dados sobre o consumo de energia elétrica no Brasil: confira panorama

Não é novidade que os meses de maior consumo de energia elétrica no Brasil tendem a ocorrer durante o verão, especialmente entre dezembro e março. Esse aumento está diretamente relacionado ao uso intensivo de aparelhos de ar-condicionado, ventiladores e outros equipamentos de refrigeração, que se tornam essenciais em regiões com altas temperaturas.  

Além disso, setores econômicos, como comércio e serviços, também contribuem para o pico de consumo, já que shoppings, supermercados e hotéis utilizam sistemas de climatização para atender à demanda dos consumidores durante os dias quentes​. 

Outro fator que influencia é o crescimento do mercado livre de energia, onde indústrias e grandes consumidores ajustam suas operações à sazonalidade climática e econômica.  

O ponto é: seja no Mercado Livre de Energia ou mesmo no mercado regulado, o aumento do consumo é significativo durante essa época. Confira temas que foram destaque no setor neste ano.  

  • Mas quais variações de consumo aconteceram ao longo do ano de 2024? É possível traçar um perfil de consumo dos brasileiros? 

Amazonas é o estado que mais cresceu o percentual de consumo 

O Balanço Energético Nacional (BEN) de 2024, divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) em colaboração com o Ministério de Minas e Energia (MME) aponta que consumo de energia elétrica no Brasil apresentou variações significativas entre os estados no primeiro semestre de 2024.  

Em termos gerais, o país registrou um consumo de 71.317 MW médios, um aumento de 6,8% em relação ao mesmo período de 2023. Esse crescimento foi impulsionado por fatores como temperaturas elevadas e maior demanda de setores econômicos. 

Entre os estados com maior crescimento percentual, destacam-se o Amazonas (+18%), o Acre (+16,2%) e Mato Grosso do Sul (+14,8%), refletindo em parte as ondas de calor que atingiram essas regiões.  

Por outro lado, o Rio Grande do Sul teve o menor aumento, de apenas 0,7%, devido a uma tragédia climática que afetou a demanda, especialmente no mercado regulado​. Estados como Maranhão (+10,5%) e Santa Catarina (+9,3%) também aumentaram o consumo devido a condições climáticas e recuperação econômica​.  

Para mais detalhes sobre o consumo por estado, é possível acessar o Anuário Estatístico de Energia Elétrica, que oferece dados completos em formatos interativos e planilhas Excel para análise aprofundada. Fonte: EPE. 

Por que o verão influencia tanto no aumento de consumo dos brasileiros? 

O aumento do consumo de energia no Brasil acontece a partir de uma combinação de elementos climáticos, culturais e também relacionados a economia.  

As temperaturas mais altas registradas no Brasil nos últimos anos destacam o calor extremo em algumas regiões. Em 2023, o recorde foi de 43,5°C, registrado em São Romão, Minas Gerais, durante setembro.  

Já em 2024, uma onda de calor intensa no Centro-Oeste marcou temperaturas como 44,3°C em Aragarças, Goiás, e 44,2°C em Cuiabá, Mato Grosso, em outubro. Essas regiões sofrem com tempo seco e baixos índices de umidade, intensificando a sensação térmica e os efeitos do calor​. 

O aumento progressivo da temperatura torna mais evidente como as mudanças climáticas estão diretamente relacionadas à intensificação do efeito estufa, que é exacerbado pela ação humana. Por isso, reduzir as emissões é essencial para mitigar os efeitos futuros e evitar impactos ainda mais graves. 

Consumo Industrial, empresarial e residencial 

  • Empresas do setor de serviços (hotéis, shoppings) e indústrias de metalurgia, química têm um aumento de consumo alinhado com a sazonalidade climática e econômica. 
  • No mercado livre de energia, grandes consumidores ajustam suas operações para buscar eficiência e reduzir custos, mas seguem uma demanda alta no verão, especialmente nos setores de comércio e entretenimento. 
  • A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) aponta que o consumo residencial representa cerca de 27% do total nacional, sendo o segundo maior segmento, atrás da indústria. 
  • Durante períodos de calor extremo, o consumo residencial pode crescer em torno de 10% a 15%, especialmente em áreas urbanas. 

Então, no verão a conta fica mais cara?  

Não necessariamente. No verão é possível que consumidores empresariais e residenciais sintam a conta de luz fique mais cara devido ao aumento de consumo. Mas, isso não é uma regra.

Como pontuamos anteriormente, o uso de aparelhos de refrigeração pode aumentar, e se os reservatórios das hidrelétricas estiverem baixos, o sistema pode acionar usinas termelétricas mais caras, ativando as bandeiras tarifárias (amarela ou vermelha).  

Mas, não há como afirmar que esse aumento irá ocorrer, já que chuvas suficientes podem evitar o aumento, e hábitos de consumo mais eficientes ajudam a controlar os gastos. 

 Você sabe quais são os aparelhos que mais consomem energia na sua casa? 

O ar-condicionado é um dos principais responsáveis pelo aumento do consumo nos meses quentes. Seu uso pode representar até 50% da conta de energia em residências durante o verão. 

Geladeiras e freezers mantêm um consumo constante ao longo do ano, mas em épocas mais quentes trabalham mais intensamente devido à elevação das temperaturas. 

Outros eletrodomésticos, como chuveiros elétricos, continuam entre os maiores consumidores, especialmente no inverno em regiões mais frias. 

O que significa consumo TUSD na conta de energia? 

Quando falamos em consumo de energia, há uma dúvida em torno de alguns elementos que aparecem na conta de luz. O consumo TUSD na conta de energia se refere a Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição 

Essa tarifa cobre os custos relacionados à infraestrutura elétrica utilizada para levar a energia até os consumidores, como linhas de transmissão, transformadores e postes. Basicamente, o TUSD paga pela utilização do sistema de distribuição, mas não inclui o custo da geração da energia elétrica em si. 

Principais Componentes do TUSD: 

  1. Encargos de Distribuição: Remuneração das concessionárias pela operação e manutenção da rede elétrica. 
  1. Perdas na Rede: Custos das perdas de energia ao longo do trajeto entre a geração e o consumidor. 
  1. Encargos Setoriais: Taxas destinadas a subsidiar políticas públicas, como universalização do acesso à energia. 

O valor do TUSD aparece como um item separado na conta de energia para consumidores do mercado livre de energia e, às vezes, no mercado regulado. Ele pode variar conforme a localização e o nível de tensão (baixa, média ou alta tensão) em que o consumidor está conectado. 

Consumo de energias renováveis permanece em alta no Brasil 

Em 2024, o Brasil continuou a se destacar pela alta participação de fontes renováveis em sua matriz elétrica. Aproximadamente 89,2% da geração de energia elétrica no país foi proveniente de fontes renováveis, consolidando sua posição como uma das matrizes mais limpas do mundo.  

A energia hidráulica permaneceu dominante, seguida pelo crescimento expressivo das energias eólica e solar, que adicionaram 9,3 GW à capacidade instalada ao longo do ano, especialmente em estados como Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Norte​. 

Além disso, a biomassa, que inclui principalmente o uso do bagaço de cana-de-açúcar, também apresentou um crescimento significativo, reforçando a diversificação da matriz energética do país​. 

 Recorte Empresarial/Industrial: 

O setor industrial também se destaca no consumo de energia, com alta em setores como metalurgia (+6,6%), papel e celulose (+17,2%) e extração de minerais metálicos (+11,1%). Esses segmentos são influenciados por exportações e aumento da demanda interna​. 

No setor automotivo, o crescimento foi de 10% em outubro, seguido por manufaturados diversos (+9,2%) e saneamento (+7,2%) 

Para acompanhar outras informações sobre o consumo de energia no Brasil, acompanhe as redes sociais do Blog Mercado Livre de Energia clicando aqui 

 

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