Imagine se fosse possível comprar energia barata no Mercado Livre de Energia (MLE) e guardá-la para usar quando os preços estivessem altos? Seria o equivalente a encher um tanque de gasolina quando o preço está baixo e só usar esse combustível nos dias de alta.
Infelizmente, no contexto da energia elétrica, este armazenamento não é tão simples. Mas, novas e inovadoras soluções têm chegado ao mercado para possibilitar alternativas de economia para os consumidores.
No MLE, as empresas negociam contratos de energia, podendo garantir bons preços, condições de prazo e demais flexibilizações para o seu consumo futuro. Mas, se por algum motivo a energia contratada não for suficiente (aumento da produção, por exemplo), a alternativa é comprar no mercado de curto prazo, onde os preços podem estar mais elevados.
E é aí que bate aquela vontade de ter uma espécie de “cofre” de energia guardado para usar nos momentos mais críticos.
As baterias são uma opção para armazenar energia, mas, por enquanto, elas ainda têm aplicações específicas e precisam ser bem pensadas/distribuídas na estratégia da empresa/indústria. Isso porque o MLE é um ambiente de consumo/comercialização seguro, com uma robustez regulatória que permite que as empresas se beneficiem das estratégias da livre negociação.
Hoje, já são mais de 60 mil unidades consumidoras que aproveitam os benefícios deste mercado no Brasil. Desde sua implementação, o MLE já proporcionou uma economia de mais de R$343 bilhões para seus consumidores. Fonte: Abraceel.
O que acontece é que armazenar grandes quantidades de eletricidade para um negócio inteiro pode ser um desafio tecnológico e financeiro. Atualmente, no entanto, o uso do armazenamento de energia tem sido ampliado para novas soluções que complementam a estratégia energética, como backup em momentos de pico ou otimização do autoconsumo para quem gera própria energia.
Afinal, a diversificação da estratégia energética é um conceito que vem ganhando força, especialmente em projetos em que se priorizam a eficiência energética e a combinação de soluções que podem atender desafios específicos de cada negócio. Portanto, caso o armazenamento faça sentido para otimizar ainda mais os resultados de economia para empresas e indústrias, ele pode e deve ser utilizado.
Hoje, há várias opções viáveis para armazenamento de energia, e a escolha depende do perfil de consumo, do objetivo (economia, segurança energética, sustentabilidade) e do tipo de fonte geradora envolvida.
Baterias de íons de lítio – Mais comuns, usadas em sistemas solares, veículos elétricos e até em backup para empresas. Boa eficiência, mas custo ainda elevado.
Baterias de chumbo – Mais baratas, mas menos duráveis e eficientes. Usadas principalmente para backup.
Baterias de fluxo – Boa opção para grandes volumes de energia e armazenamento de longo prazo, mas exigem espaço e investimento alto.
Usinas hidrelétricas chamadas “reversíveis” – A água é bombeada para um reservatório elevado quando há excesso de energia e depois liberada para gerar eletricidade. Alta eficiência, mas exige grandes estruturas e geografia adequada.
Armazenamento térmico – Pode ser feito com sais fundidos (usados em usinas solares concentradas) ou com sistemas de calor/frio para reduzir demanda energética em picos.
Hidrogênio verde – Excesso de eletricidade é usado para eletrólise da água, produzindo hidrogênio que pode ser armazenado e utilizado como combustível ou convertido de volta em eletricidade. A infraestrutura ainda é cara, mas o Brasil é visto como um dos países com mais potencial para o desenvolvimento da tecnologia.
Ah, e se você não quer perder nenhum tópico importante sobre o setor de energia, inscreva-se na Newsletter do Blog Mercado Livre de Energia.
Compartilhe