Saber mais sobre o PLD (Preço de Liquidação das Diferenças) é essencial para clientes que migraram ou planejam migrar para o mercado livre de energia. Isso porque a variável é referência no mercado de energia para operações como contratações de curto, médio e longo prazos.
O indicador é calculado e divulgado pela CCEE (Câmara Comercializadora de Energia), entidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, que é responsável pelo controle do mercado livre de energia elétrica. O órgão, que atua sob autorização do Poder Concedente e regulação e fiscalização da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), disponibilizava os dados semanalmente, até que a Portaria nº 301, do Ministério de Minas e Energia (MME), de 31 de julho de 2019, determinou que o modelo semanal fosse substituído pelo PLD Horário (PLDh).
Mas, para que se possa entender melhor o PLD e suas implicações, é necessário falar um pouco mais sobre o Sistema Elétrico Brasileiro.
Matriz Energética
Atualmente, o SIN (Sistema Interligado Nacional) tem as hidrelétricas como principal fonte de geração de energia, embora seja composto também por fontes solares, eólicas e termelétricas.
O Sistema Elétrico Brasileiro divide as regiões do País em submercados, não necessariamente de acordo com limites geográficos, mas de acordo com características de geração e consumo. São elas: Norte, Nordeste, Sul e Sudeste/Centro-oeste. Desta forma, existe um PLD específico para cada uma das regiões. É possível, no entanto, que sejam realizadas transações de geração e consumo entre elas. A ação gera também um impacto no PLD.
Como é calculado e quais as aplicações do PLD?
Na prática, o PLD é um balizador entre sobras e déficits, que é calculado por meio de modelos matemáticos que levam em consideração fatores da relação entre consumo e oferta, os chamados Custos Marginais da Operação (CMO).
Por exemplo, uma vez que a fonte hidrelétrica é a mais utilizada, caso haja um período de estiagem e, portanto, uma projeção de queda na geração dessa fonte, haverá impacto no PLD. O mesmo vale para o consumo que pode ser maior ou menor em determinadas épocas do ano, como no Verão, em que há um maior uso de aparelhos de ar-condicionado e chuveiros. O mesmo se aplica aos preços de combustíveis das usinas térmicas e disponibilidade de transmissão e geração de energia.
Também são considerados os três patamares de carga: pesado (horário de alto consumo), médio (médio consumo) e leve (baixo consumo).
Os modelos matemáticos do PLD abrangem o Decomp (curto prazo), Newave (longo prazo) e Dessem, que calcula o preço hora a hora, considerando um maior detalhamento da matriz energética e suas restrições para a operação.
Em resumo, contratos do mercado livre de energia balizados pelo PLD garantem um melhor planejamento de picos de consumo para que os custos com energia sejam otimizados.
Qual o cenário atual?
Para 2023, PLD Máximo Horário foi definido em R$ 1.391,56/MWh, e o PLD mínimo, em R$ 69,04/ MWh.
No dia 15 de fevereiro de 2023, uma empresa do mercado de energia obteve junto ao TRF-1 uma liminar que suspende a aplicação do preço definido no final de 2023. A Aneel, contudo, divulgou que tomará todas as medidas necessárias para o restabelecimento do valor. De acordo com o órgão, por se tratar de decisão com efeito restrito e limitado, não haverá impacto no mercado nacional. A empresa autora da ação pleiteava que o PLD Mínimo não fosse vinculado à Tarifa de Energia de Otimização de Itaipu, que teve aumento de 23,96%.
Responsável pela operacionalização do mercado livre de energia, a CCEE informou que ainda não recebeu nenhuma notificação por parte da Aneel e que não consta como polo passivo na ação ajuizada pela empresa.
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