O Preço Médio de Liquidação das Diferenças (PLD) recebe pressão no mês de maio e deve manter os valores acima de R$ 100 MWh em junho. Esse é o resultado de baixos índices de reservatório, especialmente nos principais submercados: Sudeste/Centro-Oeste e Sul. Os dados divulgados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) mostram a média mensal do PLD de R$104 MWh nos submercados, muito acima da previsão de R$ 39,68.
Os índices apontam 19% da média histórica no Sul, enquanto o submercado do Sudeste/Centro-Oeste registra 80% a menos da MLT. A grande diferença em relação às expectativas é o principal motivo para o preço atual. O Nordeste, em contrapartida, aponta boas condições de reservatório e ENA de 81% e o Norte possui ENA de 188% em maio.
O sócio da Prime Energy, Mateus Tolentino, destaca a oposição entre a situação das diferentes regiões do País. Todos acima de São Paulo apresentam boas condições e dão um panorama positivo em relação aos reservatórios, como Belo Monte, Tucuruí, São Francisco e Nordeste. Porém, como o Sul está em situação alarmante, a situação reflete no preço, que tem estimativa no PDL de R$ 97,46 MWh, no Sudeste até o final do ano, segundo a CCEE.
As hidrelétricas, nesse contexto, estão produzindo apenas 80% de seu compromisso. Assim, além de o valor alto do PDL pressionar o risco hidrológico (GSF), o preço a ser pago pelo déficit passa por inflação, de acordo com Edvaldo Santana, diretor-executivo da Neal e ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
As estimativas da CCEE para a quinzena são de grandes chuvas acima da média histórica nas bacias do rio do submercado Sul: Paranapanema, Itaipu, Uruguai e Iguaçu. Altas precipitações também estarão presentes nas bacias dos rios Tocantins e São Francisco, atingindo os reservatórios de Serra da Mesa e Três Marias. Já nos rios Paranaíba e Grande, as expectativas estão baixas.
É provável que a média dos preços das cargas diminua em julho e seja preciso uma revisão no Operador Nacional do Sistema Elétrico. De 21 de março a 22 de maio, com as restrições, a CCEE apontou taxas 15% menores do que nos 20 dias anteriores às medidas na carga do SIN. Setores como têxtil e serviços foram os mais afetados e o Mercado Livre de Energia de Energia teve diminuição de 10%, mas, se considerados os efeitos de migração, as taxas são de 14%.
Apesar de os números estarem chegando a três dígitos, o PLD poderia estar em torno de R$ 300 e R$ 400 se as cargas não estivessem baixas. Segundo Santana, se as atividades forem retomadas, os preços tendem a crescer, já que as cargas apresentam queda de 15% a 18%.
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